quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Monarquia...

PEDRO MOTA, Jurista

«Preferia 1000 vezes ter um Rei do que um Presidente da República. Representa muito melhor Portugal e todos os portugueses, é muito mais barato e não obriga a eleições de 5 em 5 anos…»






Ponto prévio: sempre achei piada aos monárquicos (mais às monárquicas, devo dizer) quando iam ao bar da minha faculdade “evangelizar",iam sempre com aqueles casaquinhos brasonados e até tinha algum prazer em discutir com eles pois tinham muito mais piada do que aquelas malucas de cabelo vermelho que andavam a recolher assinaturas para formar partidos de extrema esquerda…(a Faculdade de Direito de Lisboa era riquíssima nestes debates políticos e tinha bastante actividade nessa área.) 

Nessa altura, achava que não fazia sentido discutir a monarquia em Portugal, todavia, ao longo dos tempos fui mudando a opinião. Enquanto símbolo de unidade nacional um Rei é muito melhor que um Presidente da República. Este último jamais representa todos os portugueses e o Rei representa sempre todos os portugueses.

Por outro lado, devo confessar que fiquei um pouco chocado após visitar o palácio real em Madrid. Ver toda aquela opulência dada por “direito divino” a alguém é chocante…afinal qualquer um de nós pode ser Presidente da República.

Enfim, é uma boa discussão e, apesar de tudo, devo referir que preferia 1000 vezes ter um Rei do que um Presidente da República. Representa muito melhor Portugal e todos os portugueses, é muito mais barato, não obriga a eleições de 5 em 5 anos…Se tiver umas filhas bonitas vende revistas cor-de-rosa, se tiver filhos fazem uns casamentos e uns contos de fadas na TV, etc….

E se o Rei for totó pode ser deposto, acaba por ser mais fácil de afastar do que presidentes da República (ia escrever aquela piadinha óbvia relativa a anteriores presidentes da república mas não o vou fazer. Pensarão os leitores que abomino os partidos políticos, afinal já é o 3.º artigo em que desdenho estes partidos políticos…mas não é essa a razão!

A razão principal é que prefiro ter uma monarquia verdadeira do que uma democracia falsa….Aliás, até prefiro ter uma monarquia falsa (tipo deixem lá estar o Rei em vez do Presidente da República) do que uma democracia destas.

De que vale fazer eleições se as pessoas não podem escolher os seus deputados? Porque é que estes são impostos pelo partido ou pelo “aparelho” desse partido? Porque é que tenho de estar filiado num
partido político para escolher um deputado?

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

QUINTINO COSTA, dirigente
do PTP-M
 
A senhora Maria Lurdes vive cercada de senhores ricos que habitam nos seus oásis privados (...) Esta idosa come massa crua, não tem como a cozer.
 
 
 
 
 
 
 
Maria Lurdes tem mais de 80 anos, vive no beco de Santana, nº 9, na companhia de um filho com notórios problemas mentais. Esta idosa, durante toda a sua vida, sempre viveu abaixo do limiar da pobreza.

A sua casa não tem conforto, cai tanta chuva no interior como aquela que cai no exterior, não tem água, a instalação elétrica não funciona, não tem fogão, frigorifico, televisão ou rádio.

Esta idosa come massa crua, não tem como a cozer.

Não vê notícias nem novelas e não conhece os casacos brilhantes do Manuel Luís Goucha, nem os decotes da Cristina Ferreira. Há muitos anos que não sintoniza a frequência do PEF para ouvir as manhãs do Tony Santos. Esta pobre mulher vive à margem deste mundo.

Está ali mesmo no Beco dos Álamos, freguesia de São Roque Funchal, numa freguesia que pariu doutores, engenheiros, governantes, deputados e padres de renome, mas não foi capaz de parir justiça social. A infeliz mulher e seu filho têm como vizinhos estes ilustres conhecidos, mas estes é que não a conhecem, cruzam-se diariamente mas não a vêem. Diz a senhora, com todo o orgulho do mundo, que a escassos metros vive um senhor que é deputado e é o dono das chaves da capela. Pessoas de bem, influentes, cristãos que, tal como a pobre Maria Lurdes, também vão à missa. Acreditam em Deus, falam de pobreza, usam-na para os seus discursos mas não a conhecem verdadeiramente.

A senhora Maria Lurdes vive cercada de senhores ricos que habitam nos seus oásis privados.

Quantas Marias Lurdes existem nesta cidade e nesta terra onde impera um regime injusto, discriminatório, fabricante de pobres em larga escala em troca de meia dúzia de ricos.

Um regime que assenta numa sociedade política, cultural, social e religiosa cada vez mais cruel, fria, cujos corações parecem serem de origem betuminosa. Este regime que se ergue à custa das grandes obras enquanto outros comem massa crua.

domingo, 14 de setembro de 2014

IMI - Desigualdade em Santa Cruz


DÍRIO RAMOS, engenheiro


«Quem mora na Cancela/ Santa Cruz
paga mais 30% de imposto dos seus vizinhos que moram na parte da Cancela/ Funchal.
As pessoas que vivem no centro de Santa Cruz , pagam o mesmo do que os que vivem na
zona de turismo do Funchal.»




O Socialista/Marxista Salvador Allende, Presidente do Governo de Unidade Popular

do Chile (aliança com democratas cristãos de esquerda, socialistas e comunistas),
que foi deposto num golpe sangrento de Pinochet, dizia que «não basta que todos
sejam iguais perante a lei, é preciso que a lei seja igual para todos».

Aqui, no concelho de Santa Cruz, os cidadãos pagam imposto municipal sobre imóveis, IMI, de forma desigual. Por exemplo, na zona do Garajau, os cidadãos que vivem na mesma rua
pagam imposto diferente para a mesma área de habitação. Os que vivem em vivendas
com piscina pagam metade do que pagam os cidadãos que vivem no outro lado da rua em apartamentos simples.

Não deixa de ser curioso, que, entre os que pagam menos, estão os ricos apoiantes do JPP/CDS/PS, membros da Comissão de Honra do JPP. A CDU tem denunciado esta situação, apesar de ser aprovada uma proposta para corrigir os coeficientes de localização para que os ricos paguem o que devem, até hoje o JPP, aliança do CDS/PS/BE/PTP/MPT/PDN, nada fez para corrigir a situação.

Mas o/a JPP, sempre em defesa dos ricos, aprovou a isenção do pagamento de
impostos, IMI e IMT a um empresário que pode vender ou comprar prédios que não
paga imposto municipal.Fiel na defesa dos ricos contra os pobres, o JPP não quer receber as receitas do IMI os hoteleiros e mais até lhes dá uma ajudinha, permitindo que aumentem a área de
construção alterando o fato á medida...

Difícil de compreender é quem mora no Centro da Caniço, paga mais de IMI do que
quem vive na Alameda do Amparo em S. Martinho. Quem mora na Cancela/ Santa Cruz
paga mais 30% de imposto dos seus vizinhos que moram na parte da Cancela/ Funchal
As pessoas que vivem no centro de Santa Cruz , pagam o mesmo que os que vivem na
zona de turismo do Funchal.

Continuo a defender a igualdade dos cidadãos perante a lei e uma lei igual para todos.
Não receio os ataques vis daqueles que, demagogicamente enganam o povo, com o
apoio total da comunicação social.

domingo, 7 de setembro de 2014

De grão em grão...

CARINA FERRO, deputada PS-Madeira

 

Ao contrário do que muitos pensam, fazer política não é fácil, e não é para todos. O desgaste psicológico e, muitas vezes físico, é enorme. Mas, se o é para os políticos candidatos, que dizer daqueles que são diariamente assediados para apoiar este ou aquele candidato?

 
 
 

 
São campanhas atrás de campanhas. É inevitável. Qualquer cidadão consciente, até o mais distraído, tem a percepção clara de que há campanha todo o ano, para todos os gostos. No espaço de um ano, tivemos eleições autárquicas, eleições europeias, e estamos agora a braços com eleições internas de vários partidos.

Ao contrário do que muitos pensam, fazer política não é fácil, e não é para todos. O desgaste psicológico e, muitas vezes físico, é enorme. Mas, se o é para os políticos candidatos, que dizer daqueles que são diariamente assediados para apoiar este ou aquele candidato? A pressão é tanta, que muitos desistem simplesmente de participar, de contibuir para uma cidadania ativa só para fugir a esta pressão.

Todos são precisos para definir o futuro do país. E mais ainda para definir o futuro do Partido Socialista. Não deixo de pensar que, da mesma forma que há políticos que se afastam da política porque estão pura e simplesmente fartos, também haverá simpatizantes que gostariam de participar e não o fazem devido ao tipo de política que alguns quadrantes socialistas praticam um pouco por todo o país. O que alguns políticos (aparelhistas, carreiristas, o que quiserem chamar-lhes) ainda não perceberam é que não são os militantes que decidem, na recta final, quem vai liderar o Governo, é o povo. E quando o povo decide que não confia, independentemente do trabalho do líder, a decisão é inequívoca: o voto não será para ele.

Ainda que tenhamos ganho eleições aqui e ali, as vitórias de Pirro não são verdadeiras vitórias. São alertas. E são alertas que devem ser considerados, e não argumentos utilizados como tira teimas de quezílias inter-federativas. Podemos dizer que um candidato é melhor do que o outro? Obviamente que sim.

São bons candidatos, mas há um candidato capaz de mobilizar Portugal para a participação cívica, um verdadeiro líder, que conquista, que traz esperança. Não pensem os incautos que defendemos a ascensão de um super herói, ou de uma qualquer figura reencarnada do D. Sebastião, não.
Defendemos a liderança de alguém capaz de, inequivocamente, levar o Partido Socialista a uma esmagadora vitória nas próximas eleições legislativas.

Defendemos a liderança de alguém que não tem vergonha da herança socialista – que reconhece que errámos, mas que aprendemos com os erros cometidos. Alguém que reconhece os erros, mas tem orgulho das coisas que fizemos bem, e que pretende aprofundar as medidas positivas criadas em governos socialistas e que realmente fizeram a diferença.
 
 Defendemos a liderança de alguém que quer lutar por uma maioria absoluta, e não alguém que ameaça não governar caso não tenha maioria.
Defendemos alguém que pensa para além da vitória de pirro, alguém que pensa para além do mandato enquanto Secretário-Geral, que tem uma agenda para uma década e não uma agenda de interesses pessoais a médio prazo.

Defendemos alguém que já demonstrou que tem capacidades governativas, que tem qualificações adequadas ao desempenho das suas futuras responsabilidades. Defendemos a liderança de António Costa porque o país precisa, porque a Madeira precisa. Não é perfídia, é sentido de responsabilidade.
É este o momento. Participem.